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Artigo: O resgate da imagem dos fundos previdenciários

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Sem o hábito de planejar o futuro financeiro, o brasileiro desconfia da previdência. Para o diretor de Investimentos da RS-Prev, Filipe Jeffman dos Santos, iniciativas que promovam a educação financeira são essenciais para conscientizar a população a respeito dos modelos de previdência privada.

O assunto foi tema de artigo publicado no caderno Empresas & Negócios, do Jornal do Comércio, em 1º de julho.

Confira o artigo aqui:

O resgate da imagem dos fundos previdenciários

A desconfiança dos brasileiros em relação à previdência é um tema complexo e multifacetado. Historicamente, essa incerteza pode ser atribuída a uma série de fatores, como situações relacionadas à previdência pública (INSS) e suas reformas, e os baixos retornos dos fundos privados (PGBL/VGBL).

Gerida pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a previdência pública no Brasil enfrenta desafios significativos. O envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida criaram um cenário no qual poucos trabalhadores ativos sustentam muitos aposentados, gerando uma consequente pressão sobre o sistema previdenciário e sobre a viabilidade do modelo vigente. Atualmente, existem mais de 23 milhões de aposentados no Brasil – e quase 70% dos municípios dependem dos benefícios pagos pelo INSS.

Em 2019, a reforma previdenciária trouxe mudanças importantes, como a alteração da idade mínima de aposentadoria (62 anos para mulheres e 65 anos para homens) e do tempo mínimo de contribuição (15 anos para mulheres e 20 anos para homens). Essas modificações visavam equilibrar as contas públicas e garantir a solvência do sistema no longo prazo. Mesmo assim, apenas cinco anos depois, ao analisar a relação entre receitas e despesas do sistema previdenciário, percebe-se que novos ajustes são vitais para garantir a sustentabilidade do modelo.

No setor privado, as altas taxas administrativas e a baixa diversidade de produtos existentes podem ser apontados como alguns dos motivos que colaboraram para a percepção negativa dos produtos de previdência até pouco tempo atrás. No entanto, o recente crescimento das instituições e da concorrência no mercado financeiro trouxe benefícios para a população, como a diminuição dessas taxas e novos perfis de fundos previdenciários.

A introdução de tecnologias e a digitalização dos serviços financeiros têm facilitado o acesso e a gestão dos planos de previdência privada. As plataformas digitais permitem que os investidores acompanhem seus investimentos em tempo real, façam ajustes conforme necessário e tenham acesso a informações e ferramentas educacionais. Essa notável evolução do setor e a facilidade de acesso à informação por meio das redes sociais ajudaram a resgatar a imagem dos fundos previdenciários. Ainda assim, é claro, segue existindo espaço para maior difusão dessas informações.

Diante da incerteza que o modelo de previdência pública ainda representa para a população, é extremamente salutar a consolidação dos modelos de previdência privada, bem como a proliferação de conteúdo de educação financeira ao grande público. Dado o baixo nível histórico de poupança do país, é fundamental o incentivo ao investimento de caráter de longo prazo, como é o caso previdenciário.

A educação financeira é crucial para que os cidadãos possam tomar decisões informadas sobre seus investimentos. Só assim será possível ampliar a conscientização sobre a importância de poupar e de investir para o futuro, garantindo uma aposentadoria mais segura e confortável.

* Filipe Jeffman - Diretor de Investimentos da RS-Prev

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